sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Blogs que quero e prefiro ver por ai.

Inicialmente gostaria de relatar um fato que aconteceu, ou melhor, um email que recebi da Nara Borges do Segredos Fashion o qual continha uma publicação de um "colunista social" em algum tablóide local ou outro veículo de comunicação daqui do RN a respeito dos blogs de moda. Onde estava escrito o seguinte:


Fim da picada

10/08/2011 às 10h00
Fim da picada 
E se o assunto é blog de moda... 
... Oh preguiça! 
Natal foi invadida por. E, vamos combinar: tem cada um que... 
Hoje em dia parece que todo mundo, sem alicerce ou estudo algum entende de.. moda. 
Como se fosse um assunto frugal, banal, controvertido. 
Não é. 
As pessoas, muitas, deslumbradas e sem nenhuma leitura, alem de escreverem absurdamente errado ainda soltam pérolas fashionitas que estão virando piada na cidade. 
Para se ter uma ideia – dados colhidos por Carolina Silva, aluna de jornalismo da Federal, Natal tem, hoje, 84 blogs de moda - e do gênero.
Dos quais, por muito favor, salvam-se 5 - ou algo em torno de. 
Porque por mais “superficial” que seja qualquer abordagem escrever errado, absurdamente errado – e ainda assim posar de jornalista, entendido e bacana é... um pouco demais.
Escrito pelo "colunista social" Crystian de Saboya ( www.desaboya.com ) a respeito dos blog's de moda e afins do RN, em especial Natal.

Pois bem, a respeito dessa crítica infeliz do "colunista social" o que tenho a dizer é que ele pode até ter razão em falar que "alguns escrevem errado", isso em partes é verdade, afinal, quem não escorrega as vezes no nosso bom e velho português?. Mas, que autoridade tem um "colunista social" ao falar a respeito de blogs de moda?, na minha humilde opinião "colunista social" e alpinista social são homônimos, ou seja, pessoas que vivem de bajular a "raçô" (high society no dialeto dessas bandas daqui.)  pra poder se autopromover e posar como "jornalistas", quando na realidade o que buscam é seu lugar a sombra na "raçô" local. Repudio essa infeliz crítica, pois, o crítico em questão não é nenhum Arnaldo Jabor da vida (porque se fosse eu aceitaria e pensaria sobre) e sim um mero "colunista social". Me poupe viu, alpinistas sociais criticando blogueiras de moda, é demais pra meu ínfimo saco.

Enfim, deixar esse povo besta e metido de lado e falarei de uma pessoa em especial, ou melhor, de uma blogueira que conheci o Blog dela ontem através da Cynthia do Blog Fashionista Up que postou em seu Twitter o link com o Blog da Carol Burgo que é de Recife e o seu Blog é o Small Fashion Diary, essa espécie de Blog é do tipo que eu crio maior gosto do mundo de ler e ver diariamente, pois, traz a moda pro nosso plano real, mortal e a encaixa perfeitamente bem no nosso contexto, ou seja, ela fala de moda de um jeito simples, claro e barato. Numa breve e interessantíssima autobiografia Carol discorre:

O PASSADO


Nasci aqui em Recife, filha de uma mãe muito jovem e hippie, mas que trabalhava e não fumava maconha, e de um pai que trabalhava muito e que jurava que era hippie, mas foi só uma fase. Minha mãe me teve aos 20 anos e pra nos sustentar fazia e vendia roupas tingidas em feiras de rua do Recife Antigo, de Boa Viagem e de Olinda. Nunca foi casada com o meu pai. Até hoje é assim. Meu pai casou-se e teve outra filha, minha irmã do meio, Nathália.

Quando eu tinha 4 anos, minha mamis foi para Portugal tentar qualquer coisa melhor do que o que tinhamos aqui, que era realmente muito pouco, aproveitando que um irmão mais velho dela tinha ido pra lá poucos anos antes. Eu fui para Portugal quando tinha 5 anos e quando cheguei na terrinha lusitana, mamis estava grávida da minha irmã mais nova, Aimara e casada com um alemão hippie que fazia mandalas e vendia na rua. Tudo muito Woodstock-way-of-life. Ou seja, tenho duas irmãs, uma por parte de pai, hoje com 21 anos e outra por parte de mãe, com 18. E eu tenho 24.

Ser pobre no Brasil é completamente diferente de ser pobre na europa, e digo logo que não tem glamour nenhum nisso. Então todas as roupas que eu e Aimara usavamos eram doadas por vizinhas caridosas ou simplesmente herdadas das primas alemãs da minha irmã. As minhas fotos de infância são cômico-trágicas. Eu consigo morrer de rir. Eram roupas gigantes, ensacadas dentro das calças, botas de plástico, casacos com mangas arregaçadas de tão grandes. Sim, por que além de tudo, eu era (e ainda sou) uma criança minúscula, e as crianças portuguesas são imensas! Cabelos desajeitados e um frio de rachar.

Roupa nova não existia e talvez, inconscientemente, foi daí que nasceu todo o meu fascínio pela moda, consequência da total privação de estética na minha infância. Sem contar minha paixão por sapatos, que me lembra um episódio em que minha mãe só pode comprar umas botas bem fuleiras pro inverno e, para secá-las da chuva que deu e ensopou meus pés, eu coloquei-as perto da lareira, e elas derreteram. ahahahaha!

Minha mãe continuou em Portugal o que já fazia aqui. Vendendo roupas tingidas em feiras de rua e feiras de artesanato. Aos poucos, mas muito aos poucos mesmo, as coisas foram melhorando. Acho que só com uns 13 anos é que experimentei pela primeira vez a sensação de comprar alguma coisa numa loja de shopping em vez de uma feira de sulanca. E com o meu próprio dinheiro, já que eu comecei a trabalhar cedo com mamãe. Agora eramos só nós 3: eu, mamis e a caçuleta Aimara.

Passei por todos os estilos na adolescência: punk, gótica, nerd (eu era nerd por essência mesmo), freak, qualquer loucura que justificasse eu pintar o cabelo de todas as cores. Mamis sempre dizia que eu estava linda. E é assim até hoje.

Um dia, com uns 18 anos, mamis falou que iríamos voltar para o Brasil. Depois de quase 16 anos morando lá. Eu tinha acabado de passar no "vestibular" de lá, pra marketing e publicidade.


O PRESENTE

Voltamos.

Passei num vestibular de faculdade particular, mesmo sem nunca ter estudado aqui, o que prova que só precisava mesmo saber bem português. hehehe. Mamis e Aimara moraram um ano aqui comigo, as 3 juntas como 3 pilares inseparáveis. Mas mamis não se adaptou e Aimara muito menos. Ela nasceu e criou-se em Portugal e o pai dela morava lá. Tudo conspirou para que elas voltassem. E foram. Com um ano de faculdade prontos, eu resolvi ficar. O resto da minha família (imensa) inteira é daqui. Com a crise mundial e a desvalorização do euro, mamis voltou quase à estaca zero, como quando chegamos lá. Mas pelo menos a minha irmã não é mais um bêbê. E ama moda também. E é linda. : )

Atualmente sou publicitária, diretora de arte há uns 4 anos, moro há 6 anos em Recife e nunca mais voltei a Portugal. Também não vejo a minha mãe a minha irmã há 2 anos e meio, mas pretendo ir por lá este ano. Quem sabe tirar umas fotos num climinha mais friozinho. : )



Sua história é encantadora, mas o que mais me encantou foi o fato de Carol conseguir colocar a moda como algo que é possível sim ter acesso e se vestir direito sem ser preciso bajular a "raçô", ser rica, alta e magra e ainda ficar nos seus banais In Loves as grandes marcas para ostentar um "status" que não existe, afinal, não é todo mundo que nasce com a bela e rica "sorte" da Thássia . É esse tipo de Blog que quero e prefiro ver por ai, ao invés, de ver só Blog clichê, com pessoas artificiais, fúteis e sem criatividade. Fica aqui minha excelente dica, visitem e apreciem o Blog da Carol Burgo  Small Fashion Diary.

Beijinhos,
Júlia.

2 comentários:

  1. bem... eu tô começando agora.
    já tive vários blogs, mas essa é a primeira vez que assumo um "blog de moda" e... acho válido.
    confesso que passei um tempão me perguntando pra que eu queria um blog de moda, por que eu queria e o que ele acrescentaria nesse mundo virtual já tão cheio de sites, tumblrs e blogs com o mesmo tema.
    daí eu percebi que... tem espaço.
    e o melhor: a gente escreve pra si, antes de tudo.
    tô conhecendo as blogueiras de Natal agora.
    antes eu só acessava o Jooc, o Blog da Flávia, o De Carona Na Moda e o Papo de Befefe...
    acabei conhecendo gente tão bacana.
    virei fã do Bióloga de Salto por exemplo.
    e o Small Fashion Diary eu já conhecia e acompanhava a algum tempo. é bacana, é acessível... mas não sei se é usável.
    muitos dos looks da Carol eu não teria coragem de desfilar por aí. acho que minhas amigas também não.
    mas é gostoso olhar.
    enfim... que comentário grande. é que o post foi grande me instigou a falar.
    gostei do seu blog! muito bem cuidado...
    um beijo,
    Bia
    http://solimda.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Olá Bia ficamos lisonjeadíssimas e agradecidas com o comentário, esperamos te ver sempre por aqui :D.

    Beijinhos, Júlia.

    ResponderExcluir

Baphos