domingo, 28 de agosto de 2011

A moda além da sua superfície.

Inicialmente, mais uma vez gostaria de me desculpar por essa uma semana sem postar nadinha, mas, dessa vez foi por um motivo bem maior e plausível, comecei a trabalhar e como também preciso me dedicar a universidade acabou que fiquei atolada de coisas para fazer durante todos os dias de semana e por isso não tive nenhum tempinho milagroso e extra pra postar aqui no blog, por isso, sorry gente!, não foi por preguiça não viu. E por falar no meu trabalho, o qual consiste em cuidar do marketing digital de 3 lojas daqui de Natal (Bizako e Cabide Loja 1 e 2) este foi mais um fruto que colhi graças ao blog e por isso sou eternamente grata por todos que sempre visitam meu baby e reconhecem todos os esforços aqui empreendidos, agora deixarei de ser uma mera parasita da minha mãe e passarei a andar ainda mais com as minhas próprias pernsa e de quebra vou adquirir uma excelente experiência nos mundos das mídias sociais, e quem sabe descobrir que é isso que quero pra minha vida, enfim, agradeço a todos que curtem nosso blog e pedir que continuem a fazer e a nos ajudar a prosperar cada vez mais. Em breve quando estiver concluído meus projetos no trabalho trarei para vocês verem o quão eles estão e ficarão ainda mais bacanas. 


SHUTTERSTOCK

Pois bem, iniciando de verdade esse post, quando me referi no título em "algo além da superfície da moda" quis falar sobre algo que está por trás, bem atrás mesmo do que vemos nesse mundo da moda, o que está por trás de todos os resultados que vemos nas passarelas e que se tornam tendências e estilo nas ruas. Uma colega da faculdade (@polly_sarmento) me enviou um link de um post sobre moda e sociedade, comumente nos detemos a moda simplesmente como algo que veste, distingue e caracteriza as pessoas, não nos lembramos que ela tem uma longa, vasta e interessantíssima história e que vale a pena ser conferida e estudada. Nessa reportagem o jornalista Anderson Fernandes de Oliveira da Revista Sociologia do Portal Ciência e Vida trata da moda desde os primórdios, ou melhor, desde quando a moda de consolidou como tal (século XIV à metade do século XIX) até os dias atuais quando a moda ganhou novas características. Como a reportagem é bem extensa, colocarei apenas alguns trechos, mas, disponibilizarei o link para quem quiser vê-la na íntegra.

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"Como parte diária e fundamental da comunicação, a vestimenta, a indumentária, ou, simplesmente, a moda, está presente visualmente em todas as pessoas. Muito elas têm a dizer, ou querem transmitir, usando peças de roupa. O período que vai da metade do século XIV à metade do século XIX é considerado o início da moda, quando mulheres passam a exibir mais seu corpo, evidenciando seu busto, quadris e a curva das ancas." 
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"Foi no final da Idade Média e princípio do Renascimento que os nobres de Borgonha (atual território Francês) começaram a se sentirem incomodados com as cópias que os burgueses faziam de suas roupas. Os burgueses, classe emergente de origem não aristocrática, surgiu durante as Cruzadas, que no início tinham cunho principalmente religioso, mas com o tempo ganharam aspecto econômico e comercial. Isso se deve graças ao contato direto que tinham com o Oriente, com acesso aos inúmeros artigos que o europeu ocidental não conhecia. Estabelecendo contato comercial entre o Oriente e o Ocidente, os burgueses, por meio das Cruzadas, ganharam sustentabilidade financeira para copiar as vestimentas da corte européia."
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"A corte, a classe que possuía maior capital, não gostava dessa cópia e começou a diferenciar suas roupas, surgindo assim um ciclo de criação e cópia. Sempre que isso acontecia, idéias diferentes, advindas da alta sociedade eram aplicadas nas indumentárias, despontando a concepção atual de moda."
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"Vivia-se um estágio aristocrático e artesanal da moda, no qual apenas uma parte da elite tinha acesso a uma variedade significativa de vestimentas e monopolizava o poder da criação. Desde então, a moda começa a traçar uma divisão de classe social. Na segunda metade do século XIX, surgem duas vertentes importantes até hoje: a Alta Costura, que cria tendências no mundo todo por meio de suas coleções de alto padrão, tendo seu berço na Europa; e a Confecção, que reproduz as tendências do momento em grande escala, baixo custo e qualidade inferior, popularmente chamada de prêt-à-porter (expressão desenvolvida por J. C. Weill que quer dizer "pronta para usar" - "ready to wear", esta implantada anos depois)."
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Existe, todavia, um conflito entre a história do vestuário e a da moda. O conceito de moda foi caracterizado a partir do século XVIII, e consolidado na Idade Média. Para ser considerada moda, é preciso que haja uma transformação cíclica e rápida das roupas, sendo característico o seu aspecto efêmero. Antes desses períodos, tal fenômeno acontecia de forma lenta, se não estagnada. Assim, há passagens da história dos vestuários, como no Egito Antigo e na Grécia Antiga, nas quais homens e mulheres usavam roupas muito parecidas, sem se importar com a estética das peças ou com a diferenciação que ela poderia causar em classes sociais e de gênero, como hoje temos os trajes femininos e masculinos.
É então que, no século XX, a moda ganha novos ares e passa a infl uenciar diretamente toda a população. Tornase objeto de desejo e elemento-chave na comunicação visual em massa, traça personalidade e caráter do indivíduo, e até gera tribos sociais urbanas." 
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"As grandes marcas de luxo, aqui chamadas de Maisons, criam um Império Moderno. Elas escolhem quais serão as roupas da próxima estação, qual você não deve mais usar e ainda elege quem será a grande personalidade em ascensão, para que, em poucos momentos, todos estejam copiando essas novas tendências, graças à indústria cultural que propaga essas idéias e conceitos, trazendo lucros altos para a marca." 
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"Atualmente, classes mais abastadas tendem a copiar peças e acessórios dessas grandes Maisons, para passarem a impressão de que pertencem a um nível social superior. Os sentidos que criam essa falsa sensação geram o comércio da moda nas classes médias e baixas, que realmente não possuem recursos para obter os produtos originais, geralmente muito caros, por vezes superfaturados, das empresas de elite. Para isso, essas classes contam com o apoio de novas tecnologias, surgidas a partir do final da Segunda Guerra Mundial, como as fibras sintéticas: acrílico, náilon, poliamida, o poliéster, polipropileno, cada uma dessas fibras é resultado de um processo químico. Graças à sua idealização, houve diminuição dos custos de produção, e logo de distribuição, uma vez que a fabricação passou a ser em grande escala. São esses alguns dos fatores que influenciam a redução dos preços das roupas, sem contar a importação, cada vez mais crescente, de produtos vindos da China, com preços baixos e boa aceitação no país."
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"Podemos dizer então que o comércio de moda está preocupado em abarcar a expressão 'produzida na rua', nos guetos, denominada moda underground, devendo esta ser considerada expressão de uma época. Assim, a roupa não é uma produção unilateral, mas é construída em diálogo com o conjunto da sociedade. Ou seja, é influenciada por estilos de música, valores e formas de ver o mundo. Dessa maneira, a moda revela diferentes apreensões de corporalidade, como gestos e composição do caminhar, do falar e, aí, do vestir-se."
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"Nesta nova etapa do conceito de moda, a influência das grandes Maisons perde seu poder, acabando sua hegemonia na construção de estilos e tendências. Tornam-se apenas parte do mundo da moda, um elemento entre tantos outros em ascensão. A indústria cultural - em especial o cinema, a televisão e a música - passa a exercer grandes referências para o comportamento dos jovens, e também para a moda."
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"Entrando na questão da imagem, podemos assistir a uma alavancada da moda brasileira pelo cenário mundial. Estamos vivendo um momento de dualidade global e local, que acaba se refletindo também no campo da moda, especificamente no Brasil. Se antes acompanhávamos os passos das Maisons externas, hoje caminhamos com nossas próprias pernas, em busca de uma identidade, apesar da bagagem histórica e social regada por miscigenações étnicas que vivemos. Apesar de termos a impressão de estarmos completamente divididos, o fato é que todas estão inseridos numa única sociedade. Conforme Marie Rucki, professora do Studio Berçot, de Paris, a produção não está localizada em pontos específicos do planeta, como se costuma dizer, mas se produz uma moda na França, outra na Itália e, assim, no Brasil. O cenário globalizado resulta, portanto, no fato de que não existem mais tendências na moda, e sim pontos de vista diferentes - locais. Assim, um novo termo se destaca neste período: a glocalização.
Glocalização é o desenvolvimento e criação voltados ao local, ou seja, toda sua parte técnica, inventiva e criativa é gerada conforme costumes, tradição e ética da sociedade na qual é produzida. Isto é, quando se cria moda, tem se em mente os costumes, as tradições e a ética da sociedade na qual é produzida. Isto é, quando se cria moda, tem se em mente os costumes, as tradições e a ética daquela determinada sociedade. Na moda brasileira, esse termo tem grande importância na busca de uma identidade cultural, o que chama a atenção de estilistas e fashionistas estrangeiros, que, a longo prazo, podem inspirar-se na moda brasileira e levar daqui novas tendências para outras sociedades ao redor do mundo."
[...]

Por Anderson Fernandes de Oliveira, jornalista e assistente de redação do Núcleo Ciência e Vida.

Conteúdo na íntegra: 
http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/18/artigo98219-1.asp

Post extenso, porém super interessante e agradável de ler. Agora vocês entendem o por quê do "além da superfície da moda"? . 

Beijinhos,
Júlia.

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